terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

[Escrevendo coisas] Segredos do Mar

Mais um conto saindo gente....demorou um pouco, mas minha inspiração não é tão presente...por isso, sou bióloga e não escritora....rsrs : D





Segredos do Mar


            O mar vai se pondo e ele assiste lá do alto do penhasco. Adora ver o sol afundar no mar. É quase capaz de ouvir o barulho quando o astro-rei se encontra com a água. Essa era a rotina de Alan já havia seis meses, desde quando de mudara para aquela ilha à procura de paz, sossego e algo mais, mas ainda não sabia bem o que era ou quem era, desde que havia feito aniversário – 25 anos – estava desse jeito: sem rumo.
            Na manha seguinte, acordou com vontade de sair de barco. Passou na cozinha bem equipada da avó, pegou alguns frios, frutas e duas garrafas de água mineral e desceu para o porto onde sabia que iria encontrar seu avô. Seu João, apesar de já ter 74 anos, ainda pescava todos os dias. Ia sempre numa área pertinho da costa, mas não deixava de voltar com o pescado.
            Alan ajudou Seu João a descer os peixes e avisou o avô que iria precisar do barco até o meio-dia.
- Cuidado meu filho. Deu no rádio que tem temporal chegando esta tarde.
- Preocupa não vô. Volto na hora do almoço. Pede pra vó fazer esse robalo daquele jeitinho que só ela sabe.
- Tá bom meu filho. Deus lhe acompanhe.
            Alan entrou no barco, soltou as amarras e ligou o motor, manobrando lentamente até sair da área próxima às pedras ganhando o alto-mar. Passado uma hora, desligou o motor, jogou a âncora e foi para a proa contemplar o mar.
- O que falta na minha vida? Perguntou ao mar.
            Então, como que por mágica, formou-se um redemoinho bem próximo a proa do barco e foi crescendo até o barco estar em seu olho. Alan estava em choque, sem acreditar no que estava acontecendo. O barco afundou e seu último pensamento foi para seus avós...
            Alan começou a se debater tentando voltar à tona, mas não conseguia, a correnteza era forte demais. Então se deixou flutuar, entregando-se a morte. Nesse momento, Alan enxergou algumas bolhas de luz e imaginou se era isso que se via quando se estava morrendo. Fechou os olhos e sentiu os pulmões pararem de arder e pensou “que doido continuar pensando depois que morre”. Então sentiu um leve calor subindo pelas pontas dos dedos e indo em direção ao peito, mas não teve coragem de abrir os olhos. Quem sabe o que te aguarda do outro lado. A sensação iniciou agora nos dedos dos pés e foi subindo até alcançar seu abdômen onde o ‘outro calor’ já estava instalado. Começou a ficar muito curioso a respeito daquela sensação e foi abrindo os olhos devagar... e quase gritou, só não fez isso porque estava dentro d’água. Mas de repente percebeu que a sensação de calor era por causa de não estar mais na água e sim numa espécie de bolha. Ao olhar ao seu redor, percebeu peixes grandes... mas então chegou mais perto da “parede” da bolha e pôde enxergar melhor. Eram mulheres! E tinham... não podia acreditar... cauda de peixe!
            Só podia estar morto e em outro mundo porque até onde sabia, mulher era mulher e peixe era peixe. Então o que eram aqueles seres?!
            Percebeu pelo canto dos olhos que uma delas estava empurrando a bolha para o fundo do oceano e começou a ficar apreensivo quanto ao que iria acontecer. Será que estava tentando matá-lo? Já estava morto! Alan começou a pensar que além de morto estava ficando doido!
            Como se tivesse ouvido os seus pensamentos, a sereia parou. Aproximou-se e ficou a admirá-lo. Alan tentou imaginar o que aquela criatura estava pensando nesse exato momento em que o olhava com tanta atenção. Então como se realmente estivesse ouvindo os pensamentos dele, a criatura respondeu:
- Não tenho a intenção de te ferir humano, apenas estudá-lo, conhecer melhor a sua raça.
 Para quê? Pergunta Alan, já imaginando o que seria ser estudado.
- Você logo saberá.
            Ele olha para os lados e percebe que várias outras criaturas estão ao redor de sua bolha e empurrando cada vez para o fundo. Olha para cima e percebe que a luz do sol que atravessa as águas está diminuindo cada vez mais. Começa a se sentir sonolento e antes que seus olhos fechem, pensa: “Será que vou ver o sol de novo...”.










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