Título original: Uglies
Série: Feios
Autor: Scott Westerfeld
Tradução: Rodrigo Chia
Número de Páginas: 415
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501083708
Ano: 2010
Nota: 08/10
Sinopse:
Tally está prestes a completar 16
anos, e ela mal pode esperar. Não para dar uma grande festa, mas sim para se
tornar perfeita. No mundo de Tally, fazer 16 anos significa passar por uma
operação que a transformará de “feia” em um ser incrivelmente belo e perfeito,
e lhe dará passe livre para vida de glamour, festas e diversão, onde seu único
trabalho é aproveitar muito.
Mas Shay, uma das amigas de Tally, não
está tão ansiosa assim: prefere se arriscar fora dos limites da cidade. Quando Shay
desaparece, Tally vai conhecer um lado totalmente diferente desse mundo
perfeito – e, acredite, não é nada bonito.
Resenha:
Tally Youngblood contava os dias.
Faltava pouco agora, três meses. Seu melhor amigo, Peris, já havia se tornado
perfeito e agora sua vida era só diversão. Mas até lá se sentia muito sozinha.
É então que conhece Shay e as duas se tornam melhores amigas em questão de
dias. Shay ensina seus truques e Tally também a surpreende com os seus. Uma
perfeita sintonia. É então que Shay conta o que pretende fazer para o seu
futuro e Tally descobre que sua amiga é louca, de acordo com os seus próprios
pensamentos. E a loucura de Shay acaba prejudicando Tally e seu grande sonho de
viver de festas e futilidades.
O que mais me chamou a atenção nesse
livro é a forma como as pessoas se veem até os 16 anos. A dependência que
demonstram de ter uma boa aparência e o que só era alcançado por meio da
cirurgia. Como a adolescência, uma fase de descobertas e aventuras se
transforma em uma simples transição entre infância feia e perfeição aos 16.
“...
- Porquê? você não me suporta do jeito que sou? Precisa botar uma imagem na
cabeça para poder me imaginar em vez de olhar para a minha cara?
-
Calma, Shay, é só brincadeira.
-
Fazer as pessoas se sentirem feias não é nada divertido.
-
Mas nós somos feias!
-
Esse joguinho foi desenvolvido para nos fazer sentir raiva de nós mesmos.
....
-
Claro. Até parece que as coisas eram maravilhosas quando todo mundo era feio.
Ou será que você perdeu essa aula na escola?
-
Eu sei, eu sei. Todo mundo julgava os outros pela aparência. As pessoas mais
altas conseguiam empregos melhores, e o povo votava em certos políticos só
porque eles não eram tão feios quanto a maioria. Blá, blá, blá.
-
Isso aí. E as pessoas se matavam por coisas como uma cor de pele diferente...” pág. 47
Acho que o autor foi muito feliz ao
discutir esse tema de forma tão sutil e direta ao mesmo tempo. Os adolescentes
de hoje em dia estão valorizando demais a aparência e o modo como as pessoas os
veem. E isso não é legal. Estão tornando-se adultos paranoicos e estressados e
já complexados com um monte de coisas sem importância. Ou ainda se revoltam com
situações e ocasiões tão sem noção que você fica pensando “Como ele poderia
estar utilizando toda essa energia e inteligência para algo realmente
importante”, e por ai vai. Acho que nesse momento estou falando que nem uma
velhinha de 60 anos... rsrs
Tenho alguns sobrinhos (só dois tá, rum)
que estão passando por essa fase, onde em uma semana, quer ser jogador de
futebol e faz o pai largar tudo onde mora para poder ir pra os grandes centros
e tentar algo e, no ano seguinte, não quer mais saber de nada...vira tartaruga
e enterra a cabeça dentro do casco e nem terminar o ensino médio quer...fala
sério...
No livro, Tally tem um só objetivo:
tornar-se perfeita. Mas, e depois? Depois pensa em algo. Depois das festas.
Depois das badalações. Depois, depois.
Acho que muitos adolescentes pensam
assim também. Querem sair da infância para “curtir” muitooooo... mas, e depois
da curtição? E o outro mundo que tem lá fora? Através de metáforas, esse livro
te faz pensar sobre vários assuntos pertinentes a muita coisa que acontece em
nossos dias e não deveria acontecer tanto. Leiam! Recomendado!
Essa é a Resenha 2 do mês de Janeiro.
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